Diante de um cenário econômico desafiador nos últimos dois anos, não há dúvida de que o setor de energia impulsionou globalmente as operações de fusões e aquisições. Em 2024 as operações envolvendo os mercados de energia solar e infraestrutura foram líderes, com um crescimento significativo de negócios em energia solar e outras fontes renováveis.
Se olharmos para os últimos dez anos, apenas no Brasil, os M&As na área de energias renováveis atingiram a marca aproximada de US$ 50 bilhões de dólares, conforme o reporte Panorama de M&A elaborado pela Clean Energy Latin America (CELA).
Diante dessa perspectiva de crescimento, mesmo em condições não ideais do ponto de vista econômico, mas com as questões relativas às alterações climáticas em evidência, as projeções para este ano revelam um panorama interessante para que mais operações sejam concluídas, podendo atingir até US$ 120 bilhões de dólares, como demonstram estimativas do UBS BB Investment Bank.
Com tantas oportunidades disponíveis, portanto, é preciso que o investidor esteja atento à tomada de risco, o que reforça a necessidade de análise minuciosa dos projetos em que se pretende investir e, para isso, a realização de cuidadosa due diligence prévia à aquisição.
É necessária especial atenção às questões relacionadas:
- Aos riscos fiscais, uma vez que, ainda com a reforma tributária em vista, a legislação atual continua complexa e pode trazer incertezas para o investimento,
- Aos riscos regulatórios , ambientais e trabalhistas, por exemplo.
Por outro lado, é relevante verificar também a saúde financeira do negócio: com a ampliação da possibilidade de financiamento de projetos de infraestrutura por emissão de dívida no mercado, como exemplo as debêntures incentivadas e debêntures de infraestrutura, algumas empresas investiram massivamente em sua alavancagem e, neste momento, encontram certas dificuldades.
O horizonte se mostra promissor e é certo que o setor de energia segue em expansão acelerada! E deve ser ainda mais instigada por políticas públicas favoráveis a novos negócios no cenário econômico brasileiro – e, por que não, mundial?
Por isso, análises jurídicas e uma dose de cautela na avaliação de riscos concretos sempre serão bem-vindas.
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